sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O dia de Hoje vem primeiro que o de Amanhã ...



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Seria trágico se não fosse cômico. Uma menininha que sonhara em fazer jornalismo, fotografia e história. Viajar pelo mundo todo. Ser correspondente internacional. Fotógrafa. Historiadora e quem sabe não desvendar um dos mistérios inabaláveis da Igreja Católica ou da Ciência. Escrever um livro. Dançar na Companhia de Dança Débora Colker. Fazer um filme, ou estrear numa peça ?!?!
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São sonhos, planos e desvaneios que percorreram meu 21 anos. Hoje eu estudo Comunicação Social - Jornalismo, fiz um curso de Fotografia – farei outros certamente - e retomarei cursos deixados para trás como os de francês, dança e teatro e por fim uma viagem a Europa. Estranho seria se as coisas não acontecessem, mas mais estranho ainda quando acontecem de um jeito que jamais imaginei. Em ordem cronológica e psicologicamente diferente.
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Um livro. Uma conversa. Uma música. Uma dança. Um filme. Um site. Um professor. Uma aula. Um amigo(a). A mãe. O vizinho. Uma pessoa na rua. O motorista do ônibus. Uma criança. Um programa de TV. Uma poesia. Uma ligação. Um papel em branco. Um anúncio. Uma fotografia ... Uma infinidade de coisas e pessoas que nos acompanham ou apenas cruzam nosso caminho de forma a deixar alguma experiência e principalmente uma influência.
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Muito do pouco do que eu sei e do que quero eu aprendi “sozinha”, ou melhor dizendo com uma mestra da educação... A Vida! E foram essas coisas e pessoas que insistentemente se envolveram comigo que me influenciaram de certo modo e intensidade, cada um a sua maneira.
Todo dia é um dia diferente. O sol nunca nasce no mesmo canto. As nuvens não se transformaram naquele desenho todos os dias. Aquela cadeira no ônibus não estará vaga amanhã. Aquele troco que você recebeu a mais amanhã pode vir a menos. Aquele filme que você perdeu não estará mais em cartaz. Aquele bom dia que você recusou, aquele sorriso que não retribuiu, aquele te amo – seja fraternal, paternal, ou carnal - aquele espirro que você interrompeu, aquele trocado que você não deu... nada disso você terá com total e tamanha intensidade quanto o dia que era pra ter sido feito. E esse dia certamente é hoje.
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Por isso, não é porque eu tenha tantos objetivos, tantos planos na vida que deixarei meu hoje acabar por causa do amanhã. Vivamos um dia de cada vez. Será que o amanhã também?! Talvez eu volte aqui nesse mesmo blog pra falar de mais uma das andanças da vida.
Se forem realizados os sonhos e planos, ou se aparecerão outros ...



Novamente... CARPE DIEM. ;D

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Porque é tão difícil lidar com o silêncio?!


*Eu descobri um dia desses assistindo Rob Bell falando sobre um tal Bernie Krause que gravava sons da natureza para filme e televisão, que em 1968, para se obter uma hora de som natural limpo, sem aviões, sem carros, demorava 15 horas de gravação. E hoje, para obter a mesma hora de som limpo demoraria 2.000 horas de gravação. E nesse mesmo vídeo ele falava sobre um profeta ... Elias que depois de andar sem parar até perder as forças, Deus disse: “Elias sob a montanha que eu vou aparecer” e ele assim subiu, mas encontrou uma ventania, e Deus não está no vento. Depois veio um terremoto, mas Deus não está no terremoto. E logo depois veio as chamas, mas Deus não está nas chamas. Deus está no som do puro silêncio dentro de você [...]

*Então eu me intriguei com esse vídeo e me pus a pensar... Porque é tão difícil lidar com o silêncio?? Porque estamos sempre expostos a ruídos e sentimos que isso basta para nós e não reclamamos do barulho que nos rodeia?!

*Quem não tem um celular, um biper, um mp3, uma TV, um rádio ligado o dia todo, em casa, no carro, no trabalho [...] Ah! e eu não posso esquecer-me o ruído visual. Quem nunca parou para ver um Outdoor... Ou vários durante um caminho inteiro, por mais insignificantes que sejam. Lembro-me bem um dia desses em São Paulo “Proibido outdor’s... Risco de poluição Visual” e inúmeras pessoas “reclamando” a falta deles. Certamente pessoas que não fazem idéia do que significa o silêncio. Nunca se encontraram dentro de si, são pessoas estressadas, geralmente ligadas ao barulho continuamente.

*Tudo gira em torno do barulho, porque o silêncio incomoda... e muito. Ele não passa segurança, não dá certeza, é mórbido, é frio, dá medo, deixa um mistério no ar. São como as reticências nas palavras escritas. E como disse Mário Quintana "As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho." E o silêncio dá-se por conta própria, mas presisa ser encontrado.

*Porque em vez de passar horas a fio lamentando em palavras e gritos e ruídos das coisas difíceis e confusas, não aprendemos a lidar com o silêncio, dando a ele esse mesmo tempo? O mais incrível é que só buscamos a solidão e por conseqüência o silêncio, quando essas palavras, esses gritos e ruídos não conseguem mais explicar essas mesmas coisas difíceis e confusas. Aí não dá mais tempo de se encontrar e ouvir... Já falamos demasiadamente e estamos cansados para escutar.

*Existem situações que experienciamos nas quais parece que ninguém nos entende. E dores que nos roubam a capacidade de nos expressarmos e, conseqüentemente, de sermos compreendidos naquilo que somos. Essas são realidades nas quais as palavras se ausentam e não somos capazes de “nos dizer” no que pensamos e sentimos. Isso acaba inaugurando em nós um gradativo processo de solidão em virtude de não sermos conhecidos e compreendidos em nossa verdade. Por isso são raras as pessoas que têm sensibilidade para escutar nossos “silêncios”, e paciência para, aos poucos, desvelar o mistério que somos nós.

*Porque falar é mais fácil que escutar? As palavras, ou melhor, a verdade dói... (e um parêntese para uma frase feita “as palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis não são verdadeiras”) e falar principalmente em abundância, nos trás um prazer inenarrável, principalmente se é sobre o que se “sabe”. Esquecemo-nos de escutar e ouvir... Porque esses são diferentes.

* Porque é mais fácil se rodear de barulho e seguir em frente do que parar, fazer silêncio e escutar a si... Sozinho literalmente? A moda agora é sessões de Terapia, livros de auto-ajuda... Pilhas e pilhas faraônicas de livros dessa espécie se formam nas livrarias, gerando lucro para quem escreve e para quem vende e para quem lê... Uma leviana sensação de que está sendo ajudado. Talvez a cura e orientação de que precisamos desesperadamente não esteja nesses métodos... Mas simplesmente de escutar o silêncio... Siiiiim de escutar o silêncio. Não julgue antes de tentar.






* E depois de palavras [...] sssssssssshhhhhhh [...] SILÊNCIO!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Um dia desses...

Uma pessoa inconstante...




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É melhor olhar para trás e ver o que já fiz ou o que quase fiz ou olhar para frente e saber que sonhos e planos tenho, pois o presente por mais importante que seja um dia já foi futuro, mas sempre se torna passado... O presente sempre está em constante mudança.
Já capotei de bicicleta, ralei os joelhos e os cotovelos. =\ Já joguei pega-vareta, banco imobiliário, damas e tentei jogar xadrez e war... ;P Sempre fui chegada a livros... aliás adoro uma boa literatura! Assisti e torci pelo mocinho ficar com a mocinha no final dos filmes. Já fiz viagens inesquecíveis. Já conheci mares, montanhas, lugares lindos e feios, e percebi que o Mundo é bem maior do que eu imaginava. :O Já nadei com os peixes em alto mar e fiquei sentada na janela do avião olhando as nuvens. Já brinquei de esconde-esconde, salada mista, estátua, batata quente, cabra cega, passa anel, amarelinha e gato mia... hihihihi. Já fui medalha de ouro na natação e no handball e medalha honrosa na classe quando cursava ainda o ensino fundamental. Uuuiiaa.
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Já tive diário e respondi disparate (é o novo). Já brinquei na rua e fui quase atropelada. Já vi um OVNI. :O Já fiz brincadeira do copo e depois fiquei morrendo de medo. Já detestei sorvete e hoje sou uma chocólatra. Já dei risada até a barriga doer. Rsrsrsrsrsr ;D Já dancei quadrilha, fiz simpatia para Santo Antônio e queimei meu pé brincando na fogueira. Já quis e pensei em me inscrever para o BBB e ficar famosa. Já tive amigo imaginário e ainda hoje continuo falando só. Já passei trote pelo telefone, já toquei a campanhia e corri. Já errei, e me arrependi e já dei conselhos e não fui escutada.
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Já tive sarampo, dengue, caxumba. Nunca quebrei um membro, mas minha garganta já sofreu terríveis crises e já dei um escândalo para tomar uma injeção... dói pow! Já tive pesadelos terríveis e sonhos perfeitos. Ah! E que sonhos... Eu já raspei o fundo da panela de doce, já me queimei fazendo ovo. Já deixei nissin miojo passar do ponto e já transformei pão de queijo em brigadeiro. Rá! Já caí de patins, pintei um quadro... eu juro que não sei o que foi, mas eu pintei!
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Desenhei uma casa, plantei uma árvore e tentei escrever um livro, que não passou do primeiro capítulo. Engraçado... alguém já me disse que para o ser humano ser pleno ele precisa ter alcançado três objetivos na vida: Plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho! Só me falta o filho... [e o livro né Marron?!] ;DD. Já tive medo de escuro e hoje tenho medo de altura. Já chorei ouvindo música. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobrir que elas deixaram marcas difíceis de esquecer. Já subi em árvore para ver a paisagem e me isolar das pessoas e também já fiz arvorismo.
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Já conversei com plantas e animais e quis ser uma árvore. Já pensei em me casar e ter filhos, já hoje, esse sonho inexiste..., pois, “a paixão é o caos”. Já me fantasiei de bruxa, de Mollin Rouge, de grega, havaiana, princesa (definitivamente, com essa eu não me identifiquei ¬¬ ) e já voltei no tempo sendo uma legitima dona de casa dos anos 60. Já fiz juras eternas. Já pensei em me tornar poliglota. Já corri para pegar a bola de fogo. Já tive crises de ciúmes. Já briguei com amigas, só para descobrir como elas são importantes, já em outros casos, nem tão importantes assim.
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Já tive diversas trilhas sonoras na minha vida, aliás, a minha vida é uma trilha sonora. Já chorei sentada no chão do banheiro. Já fugi de casa pra sempre, e voltei quando estava na esquina. Já pensei em morar só, mas acabei dividindo uma casa com 75 pessoas. Já contei estrelas e acreditei que quem apontasse para elas criaria verruga. Kkkkkkkkk ;D Já fiquei sozinha no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só [é bem clichê, mas está valendo] e descobri que a pior solidão é a solidão a dois. Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, e um nascer do sol magnífico. Já atrapalhei um roubo sem querer. Noossa foi hilário! ;P
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Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar e já me perdi diversas vezes e continuo me achando e me perdendo, pois a vida é esse jogo. Já tremi de nervoso. Já pensei que eu ia morrer e quase ia morrendo algumas vezes. Meu anjinho tem um trabalho enorme comigo!! ;DD Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Aaaaiiiin escuro... babal!
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Já chorei em despedidas e descobri que tive grandes amigas. Já pensei em desistir de tudo e virar hippie, quem saaabe! ;)
EEiii e bem lembrado pela minha redatora Jóh... Já fiz as próprias coisas... como poderia não lembrar. É que na verdade essa história não faz parte da fase pura da minha vida... huahauahuahuahau, mas é "JÁ" né... já foi!! ;DD
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Descobri que as pessoas são diferentes e que seria muito chato se todos fossem iguais. Descobri que vida é mesmo um ir e vir sem razão. Descobri que eu não tenho a certeza de nada [...]


E tudo isso foi um dia desses...


E é por isso que eu sou adpta da filosofia de vida... CARPE DIEM!! É preciso ser intenso como se fosse o último dia a ser vivido, mas sem perder o entusiasmo como se fosse o primeiro de nossas vidas.





d [Vida Louca Vida- Cazuza] b